
A edição 2025 da Copa Libertadores Feminina já começou na Argentina e vai até 18 de outubro. O torneio chega com premiação recorde e um crescimento notável na presença de casas de apostas entre os patrocinadores das equipes, sinalizando uma nova fase comercial para o futebol feminino.
De acordo com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o valor total distribuído entre os 16 clubes participantes será de US$ 5,25 milhões. A equipe campeã levará US$ 2 milhões, mesmo valor da edição anterior. Já a vice-campeã ficará com US$ 750 mil, enquanto cada time garantido na fase de grupos recebe US$ 50 mil apenas por participar.
Brasil tem três representantes e forte presença de patrocinadores
O Brasil participa com três clubes: Corinthians (atual campeão), São Paulo e Ferroviária. As 16 equipes foram divididas em quatro grupos, e as duas melhores de cada chave avançam às quartas de final.
Além da disputa em campo, os números fora das quatro linhas também chamam atenção. A competição tem importantes patrocinadores oficiais, como Amstel, Coca-Cola e Mastercard. Marcas como DHL, Powerade e Puma também têm presença garantida entre os 105 acordos comerciais firmados pelos clubes. O envolvimento de casas de apostas segue a tendência já consolidada no futebol masculino. Na Série A do Brasileirão, 100% dos clubes possuem patrocínio de betting. No feminino, esse movimento ganha força: 10 das 16 equipes da Libertadores Feminina têm parceria com bets, sendo que nove delas exibem a marca como patrocinadora master no uniforme.
Interesse de marcas cresce com visibilidade e audiência
A visibilidade do torneio também reflete o amadurecimento do futebol feminino como plataforma de negócios. Mais de 15 marcas estão confirmadas nesta edição, incluindo Banco Sicoob, Itambé, Sadia, Aposta Ganha e Esportes da Sorte.
Segundo estudo da Nielsen Sports, o futebol feminino deve figurar entre os cinco esportes mais consumidos do mundo até 2030, com um crescimento estimado de 38%. Na Copa do Mundo Feminina de 2023, a receita com patrocínios foi três vezes maior do que em 2019.
“O futebol feminino vem experimentando um crescimento importante nos últimos anos, em termos de audiência, público e engajamento nas redes sociais. Acredito que a Copa do Mundo Feminina de 2027 certamente irá furar bolhas e ampliará ainda mais o interesse do público brasileiro pela categoria. Será um divisor de águas para a valorização do futebol feminino no país”, afirma Camila Estefano, gerente geral do programa social Estrelas.
Audiência histórica no Brasil projeta futuro promissor
Os números no Brasil reforçam o bom momento. O amistoso entre Brasil e Japão, em maio de 2025, alcançou 30 milhões de telespectadores. A RNC (Rede Nacional de Comunicação Pública) ampliou o alcance do Brasileirão Feminino em 42,8% em relação a 2024, enquanto a TV Globo registrou a maior audiência da história da competição, com 11 pontos na final de 2025.
Renê Salviano, especialista em marketing esportivo defende que o futebol feminino vive um grande momento. "É um produto com visibilidade fantástica em suas várias formas de conexão com o público. É uma realidade de mercado que ainda vai crescer muito até a Copa do Mundo de 2027, que será no Brasil. Iniciamos agora a venda dos Campeonatos Femininos do ano de 2026 – Copa do Brasil, Supercopa, Brasileiro e a própria Seleção Brasileira Feminina. Tem placas, ativações e até naming rights. Estamos vivendo um momento estratégico, e as marcas que chegarem antes com certeza vão aproveitar as fases ainda melhores que virão.”