O aumento da popularidade das apostas online no Brasil tem atraído não apenas apostadores, mas também golpistas especializados em fraudes digitais. Um dos golpes mais comuns atualmente envolve o uso indevido de nomes de celebridades brasileiras. Em 2024, um vídeo com a imagem do ex-jogador Ronaldo Nazário promovendo um app de jogos online divulgado no Facebook foi identificado como deepfake. A imagem manipulada visava induzir cliques num link fraudulento. O Oversight Board do Meta chegou a confirmar que “é preciso combater golpes desse tipo”.
Em uma das táticas mais usadas, os criminosos criam sites falsos de apostas esportivas ou cassinos online e divulgam anúncios patrocinados nas redes sociais, com promessas de ganho rápido e fácil. Estes sites clonados normalmente possuem domínios similares com variações como “.vip” ou apenas “.br” no lugar de “.bet”, que visam parecer verossímeis e confundir usuários desatentos.
“Esses sites se escondem atrás de plataformas de redes sociais para aplicar golpes. Eles iludem as pessoas por meio de influencers, prometendo ganhos rápidos e dinheiro para pagar contas, ir ao mercado, complementar a renda. Mas isso não é aposta; é crime contra a economia popular”, explica o secretário de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte, Giovanni Rocco.
Uma pesquisa feita sobre os golpes digitais no Brasil, aponta que 24% dos brasileiros com mais de 16 anos afirmaram já terem perdido dinheiro em golpes no último ano. Ou seja, isso representa quase um a cada quatro pessoas com mais de 16 anos. Segundo o Instituto DataSenado, responsável pelo levantamento, são mais de 40,8 milhões de pessoas que perderam dinheiro em função de algum crime cibernético.
"Apesar de as pessoas usarem a internet diariamente, elas não têm noção da força que ela tem. Consequentemente, se usar algumas técnicas psicológicas, vai ser muito fácil manipular as pessoas”, explica Wanderson Castilho, perito em crimes digitais, em entrevista ao G1.
“Estamos falando de milhares de brasileiros que, iludidos por promessas de ganho fácil, acabam sendo vítimas de fraudes. As apostas esportivas devem ser regulamentadas para garantir transparência e segurança à população. Nossa prioridade é proteger os brasileiros e assegurar a integridade do esporte”, afirma o ministro do Esporte, André Fufuca, durante uma investigação em 2024 que identificou uma rede de mais de 53 contas e 25 canais no YouTube que incentivam apostas com promessas enganosas de lucro fácil, atraindo audiências que ultrapassam 100 mil espectadores por transmissão.
Alguns sinais de alerta são recorrentes nesse tipo de fraude. Saiba como identificar se é golpe:
Promessas de lucro fácil e rápido: Frases como “Ganhe R$ XX mil por semana com a dica de [nome do famoso]” são indicativos clássicos de golpe.
URLs suspeitas: Sites com domínios estranhos, usando variações como ".vip", ".bonus", ou o nome do famoso no endereço.
Depósitos antecipados: Exigência de taxas ou pagamentos prévios para liberar supostos prêmios.
Abordagem direta por WhatsApp ou redes sociais: Celebridades e operadoras legítimas não fazem convites individuais por esses canais.
Falsos vídeos e depoimentos: Atenção a imagens e vídeos manipulados. Com o avanço dos deepfakes, é cada vez mais difícil distinguir o real do falso.
Como se proteger:
Verifique a fonte: Antes de clicar em qualquer link ou realizar cadastros, consulte os perfis oficiais da celebridade e da empresa de apostas.
Cheque o domínio: Aposte apenas em sites licenciados (.bet), com domínio seguro (https://) e certificado SSL (cadeado no navegador).
Evite links por redes sociais ou WhatsApp, especialmente com promessas de ganhos garantidos.
Verifique a reputação da plataforma no Reclame Aqui, Consumidor.gov.bre se está na lista oficial do Ministério da Fazenda.
Desconfie de vídeos sem fontes oficiais — não confie em vídeos curtos com deepfakes; vá às redes oficiais do famoso.
Compare anúncios com entrevistas confiáveis — verifique se há menção em sites como CNN Brasil, Estadão ou G1.
Desconfie de ofertas milagrosas: Casas de apostas sérias não garantem lucro.
Com informações do Ministério do Esporte.
