O meio-campista brasileiro Lucas Paquetá, do West Ham, foi absolvido das acusações de manipulação de apostas esportivas após decisão divulgada nesta quinta-feira (31) por uma Comissão Reguladora independente na Inglaterra. Segundo o clube inglês, o processo, que vinha se arrastando há quase dois anos, foi encerrado por falta de provas suficientes para sustentar as denúncias feitas pela Federação Inglesa de Futebol (FA).
A decisão põe fim a um dos casos mais comentados sobre integridade esportiva dos últimos anos na Premier League e, por consequência, no mercado global de apostas.
“Lucas Paquetá negou as acusações contra ele, e a Comissão Reguladora considerou que elas não foram comprovadas após audiência”, informou a FA em comunicado oficial.
Relembre o caso: investigação começou em 2023
A investigação começou em agosto de 2023, quando a FA passou a apurar indícios de que Paquetá teria forçado cartões amarelos de forma deliberada em quatro jogos, supostamente para atender a padrões de apostas suspeitas registradas nas plataformas.
As partidas envolvidas foram:
West Ham x Leicester City – 12/11/2022
West Ham x Aston Villa – 12/03/2023
West Ham x Leeds United – 21/05/2023
West Ham x Bournemouth – 12/08/2023
A acusação formal foi apresentada somente em maio de 2024, e a audiência ocorreu entre março e junho de 2025.
Manipulação não foi comprovada, mas outra infração é mantida
A Comissão Reguladora considerou que as quatro acusações principais de manipulação de resultado foram "não comprovadas", absolvendo o jogador dessas denúncias. Com isso, Paquetá está liberado para seguir sua carreira normalmente e não corre mais risco de ser banido do futebol.
No entanto, o jogador foi considerado culpado por não cooperar integralmente com a investigação, o que caracteriza infração às normas da FA. De acordo com a federação, o atleta teria descumprido a obrigação de fornecer informações e documentos solicitados.
“A Comissão decidirá uma sanção apropriada [sobre essa infração administrativa] assim que possível”, afirmou a FA.
Impactos para o mercado de apostas
O caso Paquetá chamou atenção não apenas pelo envolvimento de um atleta de alto nível, mas também pelo alerta que trouxe ao mercado de apostas esportivas. Em meio à crescente regulamentação de bets no Brasil e na Europa, a integridade das competições e o rastreamento de padrões suspeitos se tornaram prioridade para federações, casas de apostas e órgãos reguladores.
O episódio reforça a importância de mecanismos de compliance, transparência de dados e fiscalização automatizada — como os que estão sendo implementados no Brasil pelo Sistema de Gestão de Apostas (SIGAP), da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.
Absolvido, Paquetá volta a movimentar o mercado
Com a reputação restabelecida, o meia de 27 anos reacende o interesse de grandes clubes da Europa. O West Ham projeta negociar o brasileiro por valores entre £50 e £60 milhões (cerca de R$ 370 a R$ 444 milhões), considerando bônus e metas. O Manchester City, que esteve perto de fechar com Paquetá em 2023, ainda monitora o jogador, mas não formalizou nova proposta.
A absolvição praticamente encerra as chances de retorno ao futebol brasileiro. Apesar de especulações envolvendo o Flamengo, o cenário atual, tanto técnico quanto financeiro, favorece a permanência do meia na Europa. O atleta, que teve seu valor de mercado congelado durante o processo investigativo, voltou a se destacar em campo: marcou gol e deu assistência em amistoso recente nos Estados Unidos.
A expectativa é de que novas propostas surjam ainda nesta janela de transferências, que se encerra em 1º de setembro. Enquanto isso, Paquetá se prepara com o West Ham para a estreia na Premier League, marcada para o dia 16 de agosto, contra o Sunderland, fora de casa.